Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

27 de outubro de 2011

Neonazistas brasileiros saem da toca? Eu fico com o comentário.

Matéria irresponsável e leviana tenta vincular Olavo de Carvalho e o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira a grupos neonazistas recebendo um comentário simplesmente irretocável. Vale a pena ler toda a matéria e o comentário lúcido por demais.
 


Neonazistas brasileiros saem da toca?

13/10/2011 15:05,  Por Brasil de Fato

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Antropóloga aponta principais características dos grupos no Brasil
13/10/2011

Eduardo Sales de Lima,
da Redação

O jovem punk Johni Raoni Falcão Galanciak foi assassinado na madrugada do dia 4 de setembro. No dia 29 do mesmo mês, a Justiça condenou a 31 anos e 9 meses de prisão, Vinícius Parazatto, um dos skinheads acusados de obrigar dois jovens (que usavam camisetas com nomes de bandas punks), a pular de um trem em movimento, em Mogi das Cruzes, em 2003. Um deles morreu, o outro perdeu um braço. Entretanto, cabe recurso a Vinícius.
Os dois fatos reacendem mais uma vez a luz sobre o crescimento de grupos de extrema direita no país, sobretudo na região metropolitana de São Paulo.
No Brasil, a partir da década de 1980, surgiam os “Carecas do ABC”, em contraposição ao movimento popular e sindical, capitaneado então por Luiz Inácio Lula da Silva.
Anos depois, o contexto atual pode ser explicado, em grande parte, pelo acalorado debate nas eleições presidenciais no ano passado. É o que pensa a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que estuda a questão do neonazismo no Brasil desde 2002.“A questão do preconceito aos nordestinos, que apareceu no ano passado, vem desde as eleições do Lula. Na eleição da Dilma, isso se radicalizou muitíssimo porque foi levantada a questão do aborto, do casamento gay”, lembra Adriana.
O deputado Jair Bolsonaro (PP) exibe para a imprensa o “Mural da Vergonha”
- Foto: Valter Campanato
Segundo ela, obviamente, por trás de vários tipos de preconceitos existem questões de classe. Mas vai além. Segundo Adriana, no caso do racismo exercido por certos grupos, o que existe não é somente opinião, mas uma emoção “contundente e violenta”.
Ela acrescenta ainda que nas crises, “nos momentos em que a humanidade é chamada a depor”, sobretudo de âmbito econômico, os movimentos fascistas tendem a ganhar mais espaço em parte da juventude .“Por exemplo, quando surgiram as cotas raciais. A gente viu um grande movimento desses grupos contra as cotas”, lembra.
Muita coisa mudou da época dos “Carecas do ABC” para cá. Sobretudo a possibilidade de comunicação entre esses membros de grupos fascistas, com o uso da internet. Adriana identificou impressionantes 150 mil endereços IP (protocolos de internet) de brasileiros que baixaram pelo menos 100 arquivos de páginas neonazistas. O site Valhala88, desativado em 2007, chegou a receber 200 mil visitas diárias no Brasil.

O que leem
Há dois grandes grupos etários de neonazistas no Brasil, de acordo com Adriana. O primeiro tem entre 18 e 25 anos. O outro entre 35 e 45 anos, que seriam os líderes.
Segundo ela, a leitura dos neonazistas é composta por William Patch, Thomas Haden, Miguel Serrano. “Eles acessam muitos fóruns no exterior e leem muita literatura revisionista, que na verdade é negacionista [negação do holocausto], relata.
De acordo com Adriana, os neonazistas brasileiros “baixam” muito mais traduções em português, espanhol, e inglês, mas dificilmente em alemão. “A grande maioria nem sequer lê em inglês”, pontua.
Quanto aos autores brasileiros, alguns jovens assistem a seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da TFP – Tradição, Família e Propriedade) e gostam dos escritos do jornalista Olavo de Carvalho. “Eu não quero dizer que Olavo de Carvalho seja amigo de todos eles por conta disso”, afirma Adriana.
Ainda de acordo com a antropóloga e sem quantifi cá-los, ela destaca que metade deles [neonazistas] que “estudou” possuem uma visão “cosmo-religiosa”. Adriana explica que uma parte dos neonazistas tenta chamar o nacional-socialismo de nacional-espiritualismo. “É uma tentativa de dar uma camuflagem de opinião ou de religiosidade ao grupo. O nazismo não é uma religião, não é uma opinião. Ele é uma ideologia. Se você entra na questão da opinião e na religião, acaba virando uma desculpa de liberdade de crença. E não é”, pondera.

O que ouvem
“É nítido ver qualquer agressão vinculada a grupos de extrema direita, em locais onde a música é o pano de fundo”, afirma pesquisadora sobre o tema que preferiu não ser identificada.
De acordo com ela, a música exerce um papel primordial sobre os jovens neonazistas. “Colocando a música dentro de um cenário político e com letras que reverenciam o poder, elas podem entrar na consciência de um indivíduo mais do que em qualquer outro ‘meeting político’, por ser mais suave, e por em princípio ser inocente, mas com propriedade densa”, revela.
Como explica a pesquisadora, o tema em geral das músicas neonazistas (no Brasil e no mundo) versa sobre o poder branco, nacionalismo exacerbado, usam indiretamente menções de Hitler e a alguns personagens que fazem parte da história do partido nazista.
Em relação às bandas do Brasil, há o Comando Blindado, a banda Zurzir (o vocalista desta banda recebeu uma intimação judicial e foi preso, pelo teor das letras nas músicas). Defesa Armada e Resistência 88 também figuram na cena musical neonazista.
“Os números 8 e 88 correspondem à oitava letra do alfabeto, que é “H”. Logo, o 88 é HH, iniciais de Heil Hitler. Uma pequena ideia da comunicação entre estes grupos. A música exerce uma força muito grande, da mesma forma que Leni Riefenstahl teve o poder sobre o cinema na propaganda nazista”, lembra.

Prussian Blue
Como alguns exemplos de bandas internacionais, a pesquisadora cita o caso das Prussian Blue. “Elas [duas garotas, Lynx Gaed e Lamb Gaed, gêmeas de 19 anos de idade] começaram em eventos musicais de extrema direita, com bandas da mesma linha. A mãe das meninas é uma racista declarada. Elas não estudaram em escolas, pois a mãe lecionava para elas em casa. Elas não podiam ter nenhum contato com o mundo externo. Há vídeos no Youtube em que as meninas até dançavam em torno da suástica”, conta a pesquisadora.
O álbum alcançou o quarto lugar na lista da revista Billboard.
Segundo a pesquisadora, em todas as letras das duas garotas, há um “entendimento político extremista sério”. “Até que ponto podem ir estes embriões de Hitler, influenciando outras jovens, em formação de opinião?”, questiona a pesquisadora.
Comentário do Leitor.

Renan
Bom, vamos lá. Comentarei alguns trechos da sua matéria:
“Os dois fatos reacendem mais uma vez a luz sobre o crescimento de grupos de extrema direita no país, sobretudo na região metropolitana de São Paulo.”


O incrível mesmo é que um número incontável de fatos não acende nenhuma lâmpada na cabeça dos jornalistas: grupos punks igualmente violentos praticam crimes por todo o Brasil, o MST invade propriedade privada e ameaça de morte agricultores também por todo o país, e anarquistas depredam patrimônio público e incitam a violência e a guerra urbana quando se infiltram em passeatas e protestos que deveriam ser pacíficos. Mas, ao que parece, ninguém liga para o crescimento de grupos de extrema esquerda. Aliás, se admitir de extrema esquerda não causa nenhum espanto no Brasil, apesar dos comunistas terem matado umas 10 vezes mais que os nacional-socialistas.
“Anos depois, o contexto atual pode ser explicado, em grande parte, pelo acalorado debate nas eleições presidenciais no ano passado. É o que pensa a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que estuda a questão do neonazismo no Brasil desde 2002.“A questão do preconceito aos nordestinos, que apareceu no ano passado, vem desde as eleições do Lula. Na eleição da Dilma, isso se radicalizou muitíssimo porque foi levantada a questão do aborto, do casamento gay”, lembra Adriana.”


Lamento que a dita antropóloga seja assim tão cega ou desprovida de dados. O preconceito aos nordestinos não surgiu com a eleição de Lula, é muito anterior, afinal preconceito sempre houve e sempre haverá. A questão é que estes grupos se aproveitam de dois fatores críticos no Brasil: a revolta contra o establishment esquerdista da nossa política e o vácuo político da direita política brasileira. Lembrando que tanto a questão do aborto quanto do casamento gay foram empurradas de cima para baixo ao povo brasileiro, sem qualquer tipo de consulta popular e indo contra grande parte dos valores que nossa sociedade estima, com intuito único de satisfazer determinados setores da sociedade que detém o poder econômico do qual o PT tanto precisa.
“Segundo ela, obviamente, por trás de vários tipos de preconceitos existem questões de classe. Mas vai além. Segundo Adriana, no caso do racismo exercido por certos grupos, o que existe não é somente opinião, mas uma emoção “contundente e violenta”.”


Agora sim tenho certeza que a antropóloga é cega, posto que faz suas avaliações com base na teoria marxista da luta de classes – teoria esta que pode ser refutada em 5 linhas. O racismo sempre existiu, mas o governo parece estar fazendo de tudo para acirrar este sentimento com políticas racistas que remontam ao período entreguerras da Europa.
“Ela acrescenta ainda que nas crises, “nos momentos em que a humanidade é chamada a depor”, sobretudo de âmbito econômico, os movimentos fascistas tendem a ganhar mais espaço em parte da juventude .“Por exemplo, quando surgiram as cotas raciais. A gente viu um grande movimento desses grupos contra as cotas”, lembra.”


Se um governo enfia regras de cima a baixo sem consultar a população e quer simplesmente calar a boca de quem discorda, eu não tenho dúvida alguma de que os fascistas são melhor representados pela nossa esquerda, que não contente em ter a hegemonia política, movimenta seus grupos paramilitares de estudantes para silenciar a oposição pela força nas universidades e nas ruas. Onde o governo e seus pelegos não abrem espaço para uma discussão saudável, democrática e pluralista, os radicalismos de ambos os lados afloram. Estes grupos radicais são apenas fruto desta política fascista de querer calar a boca da oposição e condenar todo mundo que pensa diferente das cartilhas classistas do governo.
“Muita coisa mudou da época dos “Carecas do ABC” para cá. Sobretudo a possibilidade de comunicação entre esses membros de grupos fascistas, com o uso da internet. Adriana identificou impressionantes 150 mil endereços IP (protocolos de internet) de brasileiros que baixaram pelo menos 100 arquivos de páginas neonazistas. O site Valhala88, desativado em 2007, chegou a receber 200 mil visitas diárias no Brasil.”


Vamos aos fatos: um brasileiro baixando arquivos de páginas neonazistas não necessariamente é um neonazista. Eu já estudei nazismo, fascismo e comunismo e não sou nem nazista, nem fascista e nem comunista. Uma pergunta interessante é como esta senhora conseguiu tais informações? Que órgão censor do governo está monitorando as atividades dos brasileiros na internet?
“Segundo ela, a leitura dos neonazistas é composta por William Patch, Thomas Haden, Miguel Serrano. “Eles acessam muitos fóruns no exterior e leem muita literatura revisionista, que na verdade é negacionista [negação do holocausto], relata.”


Já tive a oportunidade de discutir com neonazistas e garanto que as leituras deles vão além destes três nomes, incluindo autores brasileiros e americanos. E mais, esta gente também lê outros autores que os esquerdistas, seus irmãos de ideologia, nem suspeitam, como Nietzsche e Bakhunin. Há uma aproximação entre o neonazismo e o anarquismo, ao que me parece.
“Quanto aos autores brasileiros, alguns jovens assistem a seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da TFP – Tradição, Família e Propriedade) e gostam dos escritos do jornalista Olavo de Carvalho. “Eu não quero dizer que Olavo de Carvalho seja amigo de todos eles por conta disso”, afirma Adriana.”


Aqui a mulher simplesmente vai à loucura. Para começar, o Instituto Plínio Correia de Oliveira é tão somente um instituto católico. Trata portanto de religião, e não de ideologia política. Se um nazista é adepto do kardecismo, o fato de ele ler o Evangelho segundo Allan Kardec não altera em nada sua ideologia política. Portanto, aqui a mulher tenta apenas fazer uma “culpa por associação” totalmente non-sense. E a loucura dela continua com Olavo de Carvalho, que é um filósofo conservador que faz questão de enfatizar o caráter socialista, esquerdista e revolucionário do nacional-socialismo, além de ser um ferrenho defensor da civilização judaico-cristã. Qualquer um que tenha um mínimo de noção sabe a aversão que nacional-socialistas tem a judeus, Israel e o termo judaico-cristão em si. Portanto, novamente, uma tentativa de culpa por associação, só que sem a associação: neonazistas leem Olavo para criticá-lo, não para seguir suas idéias.
“Ainda de acordo com a antropóloga e sem quantificá-los, ela destaca que metade deles [neonazistas] que “estudou” possuem uma visão “cosmo-religiosa”. Adriana explica que uma parte dos neonazistas tenta chamar o nacional-socialismo de nacional-espiritualismo. “É uma tentativa de dar uma camuflagem de opinião ou de religiosidade ao grupo. O nazismo não é uma religião, não é uma opinião. Ele é uma ideologia. Se você entra na questão da opinião e na religião, acaba virando uma desculpa de liberdade de crença. E não é”, pondera.”


A autora deve ter confundido o nacional-socialismo com a ariosofia, que é uma religião neopagã que comunga de alguns valores nacional-socialistas. A ariosofia era difundida sobretudo na Áustria. Por fim, a autora mostra quem é o fascista ao mostrar que, se não se importa com a liberdade de crença, faz questão de censurar ideologias políticas. Mas, repito, o comunismo que matou 100 milhões ninguém se importa em censurar.
Para terminar, qualquer um com um mínimo de estudo em ciências políticas e economia sabe colocar o nacional-socialismo no seu lugar devido, que é a esquerda política. O movimento é classista como o marximo, coletivista como o bolchevismo, revolucionário como o anarquismo e totalitário como o estalinismo. Tal qual o socialismo, é um movimento que busca formar um novo homem, moldado por uma liderança (no socialismo: vanguarda revolucionária, no nazismo: raça ariana e seu führer) absoluta e estabelecer um paraíso na Terra. Os socialistas pregam a violência entre classes (ódio à burguesia) enquanto os nacional-socialistas pregam a aversão entre raças (ódio aos untermensch).
Felizmente sou um liberal clássico de direita e sou consciente o suficiente para perceber aquilo para o qual a maioria dos brasileiros é cego: nacional-socialismo é um socialismo nacionalista e nada mais, a população é desinformada sobre a extrema-esquerda e sua história, a população não tem a menor idéia do que é conservadorismo por conta de um vácuo político no Brasil e, por fim, que este vácuo político na nossa direita está corroendo nossa democracia e nos levando para um Estado socialista aos moldes bolivarianos de Hugo Chávez. Possa Deus ter pena do nosso povo e impedir que viremos uma nova Cuba ou Coréia do Norte.

‘Lula para sempre’, por Marco Antonio Villa



http://www.marcovilla.com.br/
 Marco Antonio Villa
Luiz Inácio Lula da Silva não é um homem de palavra. Proclamou diversas vezes que, ao terminar o seu mandato presidencial, iria se recolher à vida privada e se afastar da política. Mentiu. Foi mais uma manobra astuta, entre tantas que realizou, desde 1972, quando chegou à diretoria do sindicato de São Bernardo, indicado pelo irmão, para ser uma espécie de porta-voz do Partidão (depois de eleito, esqueceu do acordo).
A permanente ação política do ex-presidente é um mau exemplo para o país. Não houve nenhuma acusação de corrupção no governo Dilma sem que ele apoiasse enfaticamente o acusado. Lula pressionou o governo para não “aceitar as pressões da mídia”. Apresentou a sua gestão como exemplo, ou seja, nunca apurou nenhuma denúncia, mesmo em casos com abundantes provas de mau uso dos recursos públicos. Contudo, seus conselhos não foram obedecidos.
Não deve causar estranheza este desprezo pelo interesse público. É típico de Lula. Para ele, o que vale....

24 de outubro de 2011

Mídia Sem Máscara - A mentalidade da servidão


democracy-in-america-alexis-de-tocquevilleCaminharemos para a servidão, como dizia Tocqueville “até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”?
Um colóquio me fez refletir a respeito dos estereótipos mais comuns de várias opiniões deste país. Uma amiga minha muito inteligente, e, como ninguém é perfeito, crédula nos princípios socialistas, ficou particularmente furiosa com minha provocação. Eu fiz a seguinte pergunta: “ Sabe qual a diferença entre um coronel nordestino e Fidel Castro?” Resposta: “Fidel Castro tem muito mais poder!” Pronto! Minha doce a sábia criatura me fuzilou com aquele olhar inquisidor digno dos expurgos soviéticos. O curioso foi a justificativa de minha amiga, como, aliás, sempre ouço dos meus amigos socialistas, que é o cânone da mania cubana: o governo cubano “dá” educação, alimentação, saúde, segurança, entre outras maravilhas do Éden caribenho. E ela finalizou, entre o sereno e patético, tal como uma filha que fala de um pai: “Fidel sabe o que faz!”. Se os intelectuais do século XVIII inventaram o mito do “bom selvagem”, o século vinte inventou o mito do “bom ditador”.
Essa última argumentação saída de sua boca lembrou-me um trecho de uma das obras de Alexis de Tocqueville, A Democracia na América. Eis o que para mim tornou-se profético:

“Após ter agarrado cada membro da comunidade e tê-los moldado conforme a sua vontade, o poder supremo estende seus braços por sobre toda comunidade. Ele cobre a superfície da sociedade com uma teia de normas complicadas, diminutas e uniformes, através das quais as mentes mais brilhantes e as personalidades mais fortes não podem penetrar, para sobressaírem no meio da multidão. A vontade do homem não é destruída, mas amolecida, dobrada e guiada; os homens raramente são forçados a agir, mas constantemente impedidos de atuar; tal poder não destrói, mas previne a existência; ela não tiraniza, mas comprime, enerva, ofusca e estupefaz um povo, até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”.

Quando vejo pessoas afirmarem tais questões a respeito da ditadura cubana, ou de qualquer outro regime despótico, nada me impressiona tanto como a falta de autoestima daqueles que não valorizam algo tão sagrado como a liberdade. Como bem previra este grande visionário francês do século XIX, as pessoas são capazes de abdicar da liberdade por pequenas coisas. Se um reles ditador como Fidel Castro não passa de um velho coronel nordestino todo poderoso, seus admiradores não passam de reles camponeses e capangas, obedientes a um pai onipresente, ainda que com a pretensa pecha de “intelectuais”.

Não vou longe. Uma coisa que ninguém se pergunta, quando repete a cantilena da “educação”“saúde”.“segurança”, é o preço que um governo tirano cobra para oferecer o que não passa de farelos. Quase todos os regimes autoritários e totalitários do século XX, dos nazistas, fascistas aos comunistas, utilizaram-se dos chamados “direitos sociais” para reduzirem a população em uma nova casta de servos do governo. Em outras palavras, o Estado “dá” educação, mas ele decide o que o cidadão pensa. Ele “dá” saúde, como se fosse um deus que tivesse o poder de vida e morte sobre as pessoas. Ele “dá” alimentação, embora escolha o que o cidadão come. Ele “dá” segurança, apesar de ser o fator motriz da insegurança, visto que é um poder arbitrário e onipotente. De fato, o poder monopoliza tudo, inclusive o direito de violência. O que sobra de uma sociedade como esta nada mais é do que um rebanho de ovelhas tímidas e adestradas. Ela tem os elementos mais odiosos de um antigo autoritarismo, mesclados como novos métodos de poder, controle e coerção.

O pior, todavia, é que ....

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17 de outubro de 2011

Diogo Mainardi: Macacos, sexo e Michelangelo

Gorila e Juízo final - Jared Diamond vislumbra o apocalipse ecológico e nuclear. Isso também está no Velho Testamento, ilustrado na Capela Sistina, no Juízo Final. Sim: em 40 000 anos, nós, chimpanzés superdotados, conseguimos fazer a Capela Sistina. Mas chegará o dia em que voltaremos a comer larvas de cupim
O pênis ereto de um gorila mede 4 centímetros. Foi por isso que nós fizemos a Capela Sistina, enquanto os gorilas só aprenderam a comer larvas de cupim.

A teoria é do americano Jared Diamond, autor de O Terceiro Chimpanzé, que chegará no próximo dia 18 às livrarias brasileiras, publicado pela Editora Record. Jared Diamond é um misto de Charles Darwin com Carrie Bradshaw, a protagonista de Sex and the City. Se Carrie Bradshaw fosse uma gorila, ela poderia anotar em seu computador, como anotou Jared Diamond:

— Por que os humanos copulam privadamente, se todos os outros animais sociais copulam em público?

Segundo Jared Diamond, a espécie humana evoluiu a partir de seu comportamento sexual. Mais importante do que o tamanho de nosso cérebro — que é 10% menor do que o do homem de Neandertal — é o tamanho de nosso apetite e, principalmente, de nosso aparato sexual. De fato, se Carrie Bradshaw fosse uma gorila, ela jamais encontraria um Mr. Big.

Em O Terceiro Chimpanzé, Jared Diamond trata de outros temas, além da Teoria do Tamanho do Pênis. Ele trata também da Teoria do Tamanho dos Testículos, da Teoria do Tamanho dos Mamilos e, por fim, da Teoria da Ruiva Peituda.

Nas últimas décadas, a biologia se transformou numa Galápagos intelectual, em que darwinistas das mais variadas espécies competem entre si, apresentando teorias extravagantes para se adaptar ao ambiente editorial e televisivo. Os mais bem-sucedidos divulgadores do darwinismo vendem livros como se fossem larvas de cupim e ganham documentários produzidos pela National Geographic Society. Foi exatamente o que ocorreu com Jared Diamond. Se Stephen Jay Gould e Richard Dawkins podem ser considerados o albatroz e a tartaruga-gigante da Galápagos darwinista, Jared Diamond posiciona-se imediatamente abaixo deles, como uma iguana do evolucionismo.

Jared Diamond estudou medicina. Depois de uma viagem a Papua-Nova Guiné, em que conheceu os membros de uma tribo de homens da Idade da Pedra, ele converteu-se em ecologista, em pacifista e em autor de ensaios sobre a origem da humanidade.

O Terceiro Chimpanzé foi publicado nos Estados Unidos em 1991. Foi o primeiro livro de Jared Diamond. Nele se encontram praticamente todas as ideias que seriam desenvolvidas em seus trabalhos seguintes. Em Why Is Sex Fun?, de 1997, Jared Diamond ampliou sua Teoria do Tamanho do Pênis, constrangendo novamente os gorilas. Em Armas, Germes e Aço, também de 1997, ele tentou explicar por que, em nossa história, um povo sempre procurou exterminar o outro — tema da parte final de O Terceiro Chimpanzé.

Nosso DNA é 98,8% igual ao de um chimpanzé. Geneticamente, um chimpanzé é mais próximo de um homem do que de um gorila. Há o chimpanzé comum. Há o chimpanzé pigmeu. Para Jared Diamond, o homem é uma terceira espécie de chimpanzé. Somos ligados como Tarzan e Chita. Como foi que Chita conseguiu fazer a Capela Sistina? Qual foi o elemento que, em apenas 40.000 anos, possibilitou que a humanidade abandonasse as cavernas e desse seu “Grande Salto para a Frente”?

A resposta, segundo Jared Diamond, é a linguagem falada. O aparelho vocal humano, em algum momento de nosso caminho evolutivo, transformou-se, diferenciando-se do de outros primatas e permitindo que nossos antepassados pronunciassem e articulassem uma série de novos sons. Esses novos sons deram origem a uma língua comum, extremamente rudimentar, cuja raiz sobrevive até hoje, em particular na fala de Dilma Rousseff. Através dessa língua comum, passamos a transmitir uns aos outros conhecimentos que possibilitaram o desenvolvimento da agricultura, do pastoreio, da roda e do adestramento de cavalos.

Nada disso teria ocorrido, porém, se nossas necessidades sexuais fossem iguais às de um chimpanzé ou às de um gorila. Contrariamente ao que acontece com os outros primatas, “os pais humanos oferecem às suas parceiras muito mais do que o esperma”. De fato, eles cuidam de seus filhos e se responsabilizam por eles, a fim de garantir a disponibilidade sexual de suas mulheres. A linguagem falada, de acordo com Jared Diamond, desenvolveu-se no ambiente familiar. Em primeiro lugar, para determinar o papel de cada um de seus membros. Em segundo, para estabelecer normas e leis que assegurassem aos homens que seus filhos eram seus, e que eles herdariam seus bens.

Os evolucionistas debocham dos criacionistas, mas o Velho Testamento, ilustrado na Capela Sistina, já contou essa história. Veja o Pecado Original. Veja nossos antepassados sendo expulsos do Jardim do Éden e dando origem à sociedade humana. Veja Noé nu e embriagado. No fim de O Terceiro Chimpanzé, Jared Diamond vislumbra o apocalipse ecológico e nuclear. Isso também está no Velho Testamento, ilustrado na Capela Sistina, no Juízo Final. Sim: em 40.000 anos, nós, chimpanzés superdotados, conseguimos fazer a Capela Sistina. Mas chegará o dia em que voltaremos a comer larvas

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/na-revista/macacos-sexo-e-michelangelo/

8 de outubro de 2011

Geração “T”


Ivan Rafael de Oliveira
A geração “T” não consegue praticar a curiosidade intelectual, só a curiosidade social, explica Luciano Pires (profissional de comunicação)
Pessoas incapazes de ter um senso crítico agora têm nome. No site de notícias IG (23/8/11), foi publicada uma curiosa matéria rotulando de geração “T” as pessoas que sabem tudo o que acontece, sem saber o por quê.
Faz parte dessa classificação todos aqueles que se limitam apenas em assistir a vida, mas não são capazes de desenvolver um senso crítico. A letra “T” vem de “testemunha”, explica o site. Embora se empregue a palavra geração, esse defeito não se delimita a uma faixa etária.
Luciano Pires, palestrante e profissional de comunicação, diz que esse fenômeno não é de se estranhar, pois, para ele, “como querer que as gerações que saem do nosso sistema educacional falido conheçam questões conceituais, paradoxos, tradições, estilos de comunicação, relações de causa e efeito, encadeamento lógico dos argumentos e significados?
O relativismo do mundo moderno não poderia produzir uma mentalidade diferente. “A geração ‘T’ não consegue praticar a curiosidade intelectual, só a curiosidade social. Tentei achar um nome para esse fenômeno e acabei concluindo que só pode ser um: fofoca. A geração ‘T’ é a geração dos fofoqueiros”, acrescenta Pires. Portanto, são pessoas que não sabem senão repetir o que ouvem.
Em um artigo de sua autoria publicado no site Brasil Café, Luciano Pires escreve que a única coisa que essa geração consegue fazer é “contar para os outros o que viu ou, no máximo, repetir a opinião de terceiros”. Ao mesmo tempo em que ela “permanece incapaz de analisar, comparar, julgar e de emitir opiniões”.
Conforme afirma Luciano, no referido artigo, desde o advento da internet até 2001 produziu-se “12 bilhões de gigabytes de informação, algo como 54 trilhões de livros com 200 páginas cada”. Só em 2002 foram gerados os mesmos 12 bilhões de gigas e em 2007 mais de 100 bilhões! E a perspectiva para o ano que vem é de alguns trilhões! “Produzimos informação numa velocidade cada vez maior enquanto inventamos traquitanas que tornam cada vez mais fácil acessar essas informações. Mas de que adianta ter acesso às informações se não temos repertório para dar um sentido à realidade? O resultado é a geração’T', que sabe tudo que acontece, mas não tem ideia do por que acontece”, afirma.
Slogans vazios são típicos de uma geração assim, repetem a informação sem se comprometerem com uma análise do conteúdo dela.
As consequências catastróficas disso, nos mais váriados campos, preocupa qualquer um. Por exemplo, , nas eleições, qual é a validade do voto de uma pessoa da geração “T”? Embora pareçam muito neutros em matéria política, não seriam eles, os mais fáceis de serem manipulados? Não são eles os culpados pela vitória de demagogos?

Leia mais: Geração “T”