Coreia do Norte produz em torno de 4,3 milhões de toneladas de alimentos por ano - enquanto a demanda interna do país supera as 5,4 milhões de toneladas
A crise alimentar que a Coreia do Norte enfrenta deixará 6 milhões de pessoas, muitas delas crianças, em risco de desnutrição severa, segundo as previsões expostas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) nesta quinta-feira em Bangcoc. Segundo o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, Marcus Prior, um terço das crianças menores de cinco anos estão desnutridas e com atraso no crescimento.
"Mais de 6 milhões de pessoas ficarão vulneráveis ao déficit alimentar se persistir o atual problema de insegurança alimentícia", indicou em entrevista coletiva o diretor para a Ásia-Pacífico da FAO, Hiroyuki Konuma, que visitou Pyongyang nesta semana. A Coreia do Norte, um dos últimos países comunistas do mundo, produz em torno de 4,3 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto a demanda interna supera os 5,4 milhões de toneladas.
O governo de Pyongyang havia previsto comprar 300.000 toneladas de alimentos da China e da Índia neste ano, mas a alta dos preços dos alimentos obrigou a reduzir o volume a 180.000 toneladas. Em maio, o Programa Mundial de Alimentos fez um apelo para recolher 310.000 toneladas de ajuda alimentar para o país asiático, mas só foram arrecadadas 170.000 toneladas, das quais apenas 30.000 toneladas foram entregues.
Fome - No ano passado, a Coreia do Norte reduziu valor do cartão de racionamento alimentar de 570 gramas diárias por pessoa para 370 gramas, depois que o país sofreu um déficit de 600.000 toneladas de alimentos básicos, como arroz, milho e batatas. A escassez levou muitas crianças a níveis de desnutrição severa, revela a FAO.
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