Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

27 de outubro de 2011

Neonazistas brasileiros saem da toca? Eu fico com o comentário.

Matéria irresponsável e leviana tenta vincular Olavo de Carvalho e o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira a grupos neonazistas recebendo um comentário simplesmente irretocável. Vale a pena ler toda a matéria e o comentário lúcido por demais.
 


Neonazistas brasileiros saem da toca?

13/10/2011 15:05,  Por Brasil de Fato

9
Antropóloga aponta principais características dos grupos no Brasil
13/10/2011

Eduardo Sales de Lima,
da Redação

O jovem punk Johni Raoni Falcão Galanciak foi assassinado na madrugada do dia 4 de setembro. No dia 29 do mesmo mês, a Justiça condenou a 31 anos e 9 meses de prisão, Vinícius Parazatto, um dos skinheads acusados de obrigar dois jovens (que usavam camisetas com nomes de bandas punks), a pular de um trem em movimento, em Mogi das Cruzes, em 2003. Um deles morreu, o outro perdeu um braço. Entretanto, cabe recurso a Vinícius.
Os dois fatos reacendem mais uma vez a luz sobre o crescimento de grupos de extrema direita no país, sobretudo na região metropolitana de São Paulo.
No Brasil, a partir da década de 1980, surgiam os “Carecas do ABC”, em contraposição ao movimento popular e sindical, capitaneado então por Luiz Inácio Lula da Silva.
Anos depois, o contexto atual pode ser explicado, em grande parte, pelo acalorado debate nas eleições presidenciais no ano passado. É o que pensa a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que estuda a questão do neonazismo no Brasil desde 2002.“A questão do preconceito aos nordestinos, que apareceu no ano passado, vem desde as eleições do Lula. Na eleição da Dilma, isso se radicalizou muitíssimo porque foi levantada a questão do aborto, do casamento gay”, lembra Adriana.
O deputado Jair Bolsonaro (PP) exibe para a imprensa o “Mural da Vergonha”
- Foto: Valter Campanato
Segundo ela, obviamente, por trás de vários tipos de preconceitos existem questões de classe. Mas vai além. Segundo Adriana, no caso do racismo exercido por certos grupos, o que existe não é somente opinião, mas uma emoção “contundente e violenta”.
Ela acrescenta ainda que nas crises, “nos momentos em que a humanidade é chamada a depor”, sobretudo de âmbito econômico, os movimentos fascistas tendem a ganhar mais espaço em parte da juventude .“Por exemplo, quando surgiram as cotas raciais. A gente viu um grande movimento desses grupos contra as cotas”, lembra.
Muita coisa mudou da época dos “Carecas do ABC” para cá. Sobretudo a possibilidade de comunicação entre esses membros de grupos fascistas, com o uso da internet. Adriana identificou impressionantes 150 mil endereços IP (protocolos de internet) de brasileiros que baixaram pelo menos 100 arquivos de páginas neonazistas. O site Valhala88, desativado em 2007, chegou a receber 200 mil visitas diárias no Brasil.

O que leem
Há dois grandes grupos etários de neonazistas no Brasil, de acordo com Adriana. O primeiro tem entre 18 e 25 anos. O outro entre 35 e 45 anos, que seriam os líderes.
Segundo ela, a leitura dos neonazistas é composta por William Patch, Thomas Haden, Miguel Serrano. “Eles acessam muitos fóruns no exterior e leem muita literatura revisionista, que na verdade é negacionista [negação do holocausto], relata.
De acordo com Adriana, os neonazistas brasileiros “baixam” muito mais traduções em português, espanhol, e inglês, mas dificilmente em alemão. “A grande maioria nem sequer lê em inglês”, pontua.
Quanto aos autores brasileiros, alguns jovens assistem a seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da TFP – Tradição, Família e Propriedade) e gostam dos escritos do jornalista Olavo de Carvalho. “Eu não quero dizer que Olavo de Carvalho seja amigo de todos eles por conta disso”, afirma Adriana.
Ainda de acordo com a antropóloga e sem quantifi cá-los, ela destaca que metade deles [neonazistas] que “estudou” possuem uma visão “cosmo-religiosa”. Adriana explica que uma parte dos neonazistas tenta chamar o nacional-socialismo de nacional-espiritualismo. “É uma tentativa de dar uma camuflagem de opinião ou de religiosidade ao grupo. O nazismo não é uma religião, não é uma opinião. Ele é uma ideologia. Se você entra na questão da opinião e na religião, acaba virando uma desculpa de liberdade de crença. E não é”, pondera.

O que ouvem
“É nítido ver qualquer agressão vinculada a grupos de extrema direita, em locais onde a música é o pano de fundo”, afirma pesquisadora sobre o tema que preferiu não ser identificada.
De acordo com ela, a música exerce um papel primordial sobre os jovens neonazistas. “Colocando a música dentro de um cenário político e com letras que reverenciam o poder, elas podem entrar na consciência de um indivíduo mais do que em qualquer outro ‘meeting político’, por ser mais suave, e por em princípio ser inocente, mas com propriedade densa”, revela.
Como explica a pesquisadora, o tema em geral das músicas neonazistas (no Brasil e no mundo) versa sobre o poder branco, nacionalismo exacerbado, usam indiretamente menções de Hitler e a alguns personagens que fazem parte da história do partido nazista.
Em relação às bandas do Brasil, há o Comando Blindado, a banda Zurzir (o vocalista desta banda recebeu uma intimação judicial e foi preso, pelo teor das letras nas músicas). Defesa Armada e Resistência 88 também figuram na cena musical neonazista.
“Os números 8 e 88 correspondem à oitava letra do alfabeto, que é “H”. Logo, o 88 é HH, iniciais de Heil Hitler. Uma pequena ideia da comunicação entre estes grupos. A música exerce uma força muito grande, da mesma forma que Leni Riefenstahl teve o poder sobre o cinema na propaganda nazista”, lembra.

Prussian Blue
Como alguns exemplos de bandas internacionais, a pesquisadora cita o caso das Prussian Blue. “Elas [duas garotas, Lynx Gaed e Lamb Gaed, gêmeas de 19 anos de idade] começaram em eventos musicais de extrema direita, com bandas da mesma linha. A mãe das meninas é uma racista declarada. Elas não estudaram em escolas, pois a mãe lecionava para elas em casa. Elas não podiam ter nenhum contato com o mundo externo. Há vídeos no Youtube em que as meninas até dançavam em torno da suástica”, conta a pesquisadora.
O álbum alcançou o quarto lugar na lista da revista Billboard.
Segundo a pesquisadora, em todas as letras das duas garotas, há um “entendimento político extremista sério”. “Até que ponto podem ir estes embriões de Hitler, influenciando outras jovens, em formação de opinião?”, questiona a pesquisadora.
Comentário do Leitor.

Renan
Bom, vamos lá. Comentarei alguns trechos da sua matéria:
“Os dois fatos reacendem mais uma vez a luz sobre o crescimento de grupos de extrema direita no país, sobretudo na região metropolitana de São Paulo.”


O incrível mesmo é que um número incontável de fatos não acende nenhuma lâmpada na cabeça dos jornalistas: grupos punks igualmente violentos praticam crimes por todo o Brasil, o MST invade propriedade privada e ameaça de morte agricultores também por todo o país, e anarquistas depredam patrimônio público e incitam a violência e a guerra urbana quando se infiltram em passeatas e protestos que deveriam ser pacíficos. Mas, ao que parece, ninguém liga para o crescimento de grupos de extrema esquerda. Aliás, se admitir de extrema esquerda não causa nenhum espanto no Brasil, apesar dos comunistas terem matado umas 10 vezes mais que os nacional-socialistas.
“Anos depois, o contexto atual pode ser explicado, em grande parte, pelo acalorado debate nas eleições presidenciais no ano passado. É o que pensa a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que estuda a questão do neonazismo no Brasil desde 2002.“A questão do preconceito aos nordestinos, que apareceu no ano passado, vem desde as eleições do Lula. Na eleição da Dilma, isso se radicalizou muitíssimo porque foi levantada a questão do aborto, do casamento gay”, lembra Adriana.”


Lamento que a dita antropóloga seja assim tão cega ou desprovida de dados. O preconceito aos nordestinos não surgiu com a eleição de Lula, é muito anterior, afinal preconceito sempre houve e sempre haverá. A questão é que estes grupos se aproveitam de dois fatores críticos no Brasil: a revolta contra o establishment esquerdista da nossa política e o vácuo político da direita política brasileira. Lembrando que tanto a questão do aborto quanto do casamento gay foram empurradas de cima para baixo ao povo brasileiro, sem qualquer tipo de consulta popular e indo contra grande parte dos valores que nossa sociedade estima, com intuito único de satisfazer determinados setores da sociedade que detém o poder econômico do qual o PT tanto precisa.
“Segundo ela, obviamente, por trás de vários tipos de preconceitos existem questões de classe. Mas vai além. Segundo Adriana, no caso do racismo exercido por certos grupos, o que existe não é somente opinião, mas uma emoção “contundente e violenta”.”


Agora sim tenho certeza que a antropóloga é cega, posto que faz suas avaliações com base na teoria marxista da luta de classes – teoria esta que pode ser refutada em 5 linhas. O racismo sempre existiu, mas o governo parece estar fazendo de tudo para acirrar este sentimento com políticas racistas que remontam ao período entreguerras da Europa.
“Ela acrescenta ainda que nas crises, “nos momentos em que a humanidade é chamada a depor”, sobretudo de âmbito econômico, os movimentos fascistas tendem a ganhar mais espaço em parte da juventude .“Por exemplo, quando surgiram as cotas raciais. A gente viu um grande movimento desses grupos contra as cotas”, lembra.”


Se um governo enfia regras de cima a baixo sem consultar a população e quer simplesmente calar a boca de quem discorda, eu não tenho dúvida alguma de que os fascistas são melhor representados pela nossa esquerda, que não contente em ter a hegemonia política, movimenta seus grupos paramilitares de estudantes para silenciar a oposição pela força nas universidades e nas ruas. Onde o governo e seus pelegos não abrem espaço para uma discussão saudável, democrática e pluralista, os radicalismos de ambos os lados afloram. Estes grupos radicais são apenas fruto desta política fascista de querer calar a boca da oposição e condenar todo mundo que pensa diferente das cartilhas classistas do governo.
“Muita coisa mudou da época dos “Carecas do ABC” para cá. Sobretudo a possibilidade de comunicação entre esses membros de grupos fascistas, com o uso da internet. Adriana identificou impressionantes 150 mil endereços IP (protocolos de internet) de brasileiros que baixaram pelo menos 100 arquivos de páginas neonazistas. O site Valhala88, desativado em 2007, chegou a receber 200 mil visitas diárias no Brasil.”


Vamos aos fatos: um brasileiro baixando arquivos de páginas neonazistas não necessariamente é um neonazista. Eu já estudei nazismo, fascismo e comunismo e não sou nem nazista, nem fascista e nem comunista. Uma pergunta interessante é como esta senhora conseguiu tais informações? Que órgão censor do governo está monitorando as atividades dos brasileiros na internet?
“Segundo ela, a leitura dos neonazistas é composta por William Patch, Thomas Haden, Miguel Serrano. “Eles acessam muitos fóruns no exterior e leem muita literatura revisionista, que na verdade é negacionista [negação do holocausto], relata.”


Já tive a oportunidade de discutir com neonazistas e garanto que as leituras deles vão além destes três nomes, incluindo autores brasileiros e americanos. E mais, esta gente também lê outros autores que os esquerdistas, seus irmãos de ideologia, nem suspeitam, como Nietzsche e Bakhunin. Há uma aproximação entre o neonazismo e o anarquismo, ao que me parece.
“Quanto aos autores brasileiros, alguns jovens assistem a seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da TFP – Tradição, Família e Propriedade) e gostam dos escritos do jornalista Olavo de Carvalho. “Eu não quero dizer que Olavo de Carvalho seja amigo de todos eles por conta disso”, afirma Adriana.”


Aqui a mulher simplesmente vai à loucura. Para começar, o Instituto Plínio Correia de Oliveira é tão somente um instituto católico. Trata portanto de religião, e não de ideologia política. Se um nazista é adepto do kardecismo, o fato de ele ler o Evangelho segundo Allan Kardec não altera em nada sua ideologia política. Portanto, aqui a mulher tenta apenas fazer uma “culpa por associação” totalmente non-sense. E a loucura dela continua com Olavo de Carvalho, que é um filósofo conservador que faz questão de enfatizar o caráter socialista, esquerdista e revolucionário do nacional-socialismo, além de ser um ferrenho defensor da civilização judaico-cristã. Qualquer um que tenha um mínimo de noção sabe a aversão que nacional-socialistas tem a judeus, Israel e o termo judaico-cristão em si. Portanto, novamente, uma tentativa de culpa por associação, só que sem a associação: neonazistas leem Olavo para criticá-lo, não para seguir suas idéias.
“Ainda de acordo com a antropóloga e sem quantificá-los, ela destaca que metade deles [neonazistas] que “estudou” possuem uma visão “cosmo-religiosa”. Adriana explica que uma parte dos neonazistas tenta chamar o nacional-socialismo de nacional-espiritualismo. “É uma tentativa de dar uma camuflagem de opinião ou de religiosidade ao grupo. O nazismo não é uma religião, não é uma opinião. Ele é uma ideologia. Se você entra na questão da opinião e na religião, acaba virando uma desculpa de liberdade de crença. E não é”, pondera.”


A autora deve ter confundido o nacional-socialismo com a ariosofia, que é uma religião neopagã que comunga de alguns valores nacional-socialistas. A ariosofia era difundida sobretudo na Áustria. Por fim, a autora mostra quem é o fascista ao mostrar que, se não se importa com a liberdade de crença, faz questão de censurar ideologias políticas. Mas, repito, o comunismo que matou 100 milhões ninguém se importa em censurar.
Para terminar, qualquer um com um mínimo de estudo em ciências políticas e economia sabe colocar o nacional-socialismo no seu lugar devido, que é a esquerda política. O movimento é classista como o marximo, coletivista como o bolchevismo, revolucionário como o anarquismo e totalitário como o estalinismo. Tal qual o socialismo, é um movimento que busca formar um novo homem, moldado por uma liderança (no socialismo: vanguarda revolucionária, no nazismo: raça ariana e seu führer) absoluta e estabelecer um paraíso na Terra. Os socialistas pregam a violência entre classes (ódio à burguesia) enquanto os nacional-socialistas pregam a aversão entre raças (ódio aos untermensch).
Felizmente sou um liberal clássico de direita e sou consciente o suficiente para perceber aquilo para o qual a maioria dos brasileiros é cego: nacional-socialismo é um socialismo nacionalista e nada mais, a população é desinformada sobre a extrema-esquerda e sua história, a população não tem a menor idéia do que é conservadorismo por conta de um vácuo político no Brasil e, por fim, que este vácuo político na nossa direita está corroendo nossa democracia e nos levando para um Estado socialista aos moldes bolivarianos de Hugo Chávez. Possa Deus ter pena do nosso povo e impedir que viremos uma nova Cuba ou Coréia do Norte.

Nenhum comentário: