Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

11 de março de 2012

Entrevista para o Jornal do Commercio de Pernambuco

Autor: Edson Carlos de Oliveira | 17:05 4 comentários




No dia 9 de junho p.p., este blog(conservador.blog.br) concedeu à Fabiana Moraes uma entrevista para o Jornal do Commercio de Pernambuco, o maior diário do Nordeste brasileiro. A jornalista estava preparando uma matéria sobre movimentos políticos antagonistas no País, especialmente por causa do pronunciamento do senador Demóstenes Torres (DEM/GO), na revista Veja daquela semana, sobre como a direita no Brasil tem vergonha de se assumir.

Segue abaixo a íntegra da entrevista e no próximo post publicaremos o artigo de Fabiana Moraes que saiu na edição do dia 3 de julho último no Jornal do Commercio.


Clique aqui para ler a reportagem do Jornal do Commercio.
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Fabiana Moraes - Que valores são defendidos pelo grupo que mantém o blog? Livre-mercado, moral, família, religião? Para vocês, em que momento nacional estes valores estiveram mais presentes e foram defendidos e como estes mesmos valores encontram-se na sociedade brasileira atual?

Edson Carlos de Oliveira: Somos Católicos, Apostólicos, Romanos e defendemos os valores do catolicismo no campo sócio-político, embora não tenhamos nenhum mandato especial da Hierarquia católica. Nosso blog “Sou Conservador Sim, e daí?” é pessoal e não depende de nenhuma autoridade eclesiástica. A moral católica aplicada ao campo temporal, a defesa da família tradicional, a propriedade privada e a livre-iniciativa são temas que abordamos procurando sempre ser fiéis ao Magistério tradicional da Igreja. Buscamos inspiração no grande pensador e líder católico do século XX, de fama internacional, Plinio Corrêa de Oliveira.

Embora não destituída de falhas, consideramos, com o Papa Leão XIII, que a Idade Média – vista, é claro, sem os exageros e deturpações de certa historiografia moderna anticatólica – foi a época histórica em que a influência dos ensinamentos da Igreja mais se concretizou na vida social dos povos. Há livros publicados, mesmo recentemente, sobre o tema e posso lhe enviar algumas referências bibliográficas se achar necessário. Cito apenas uma obra, da famosa historiadora francesa Régine Pernoud, intitulada Lumière du Moyen Age.

Considero o Brasil um país ainda muito mais conservador do que a mídia costuma apresentar. Uma pesquisa do DataFolha, em 2008,revelou que os temas mais importantes para os jovens brasileiros são, entre outros, a família (99%), o casamento (72%) e a religião (81%). 72% são contra a maconha. Apenas 1% dos jovens se dizem ateus, e 10% declaram não ter religião.

No ano passado, outra pesquisa do DataFolha revelou que 37% dos entrevistados se dizem de direita e só 20% de esquerda.

Fabiana Moraes - Há vários meses as redes sociais têm explicitado várias demonstrações de preconceito (racial, de origem, de orientação sexual, etc). Uma crítica que se faz é que tais falas têm origem conservadora. Como vocês relacionam preconceito e conservadorismo?

Edson Carlos de Oliveira: Correntes de esquerda promovem nas universidades uma ojeriza à nossa ascendência portuguesa, especialmente por causa da influência católica trazida pelos descobridores do país, e ainda acusam os conservadores de “preconceito por origem”! A esquerda incentiva a criação de “cotas raciais” que discriminam estudantes pela cor da pele, e são os conservadores a causa do “preconceito racial”? Esquerdistas e progressistas querem impor leis que colocam cidadãos homossexuais acima dos heterossexuais, concedendo-lhes privilégios como se fossem uma casta intocável, e os discriminadores são os conservadores?

Mais do que defender o homossexual contra possíveis discriminações, o objetivo de certos projetos de leis é criminalizar o povo brasileiro pelas discordâncias em relação à prática do homossexualismo, sobretudo quando tais discordâncias se baseiam em convicções religiosas.

O PLC 122, por exemplo, é uma lei de perseguição religiosa disfarçada que se quer introduzir no Brasil. Cadeia para o sacerdote que propagar as condenações bíblicas ao homossexualismo; cadeia para os pais que defenderem seus filhos das pregações homossexuais de certos professores ou de certos livros; cadeia para a mãe de família que não aceitar uma empregada ostensivamente lésbica; cadeia, enfim, para todo brasileiro que defender a livre manifestação de opiniões no caso de passeatas ou outras exibições homossexuais.

Se o PLC 122 for aprovado, o que farei eu, então cidadão de segunda classe, se me sentir agredido por algum filme rejeitável que caricaturize Nosso Senhor Jesus Cristo como homossexual? Não poderei protestar legal e pacificamente só para não ser acusado de ser “preconceituoso”?

Fabiana Moraes - Quais as críticas do grupo a ações como a legalização da união homoafetiva pelo STF?

Edson Carlos de Oliveira: Em se tratando da posição assumida pelo STF, nós, do blog Sou Conservador Sim, e daí?, fazemos referência ao artigo de Percival Puggina, “O AI-5 do Supremo”, publicado no jornal Zero Hora de Porto Alegre (22/5/2011), no qual se lê que o Congresso brasileiro já deliberou três vezes sobre a questão de reconhecer as uniões homossexuais como “entidade familiar” e sempre deixou claro que “entidade familiar” é a formada por homem e mulher.

Nas discussões do texto constitucional de 1988, sempre conforme a colaboração de Puggina, o termo “entre o homem e a mulher” foi colocado exatamente para dirimir a ambiguidade que o artigo sobre “entidade familiar” pudesse gerar.

Ademais, o abalizado constitucionalista Ives Gandra Martins tem repetido em entrevistas e artigos que o STF não só é incompetente para legislar, tarefa que compete ao Congresso Nacional, como ainda atropelou a Constituição Federal nesse ponto sobre o verdadeiro conceito de entidade familiar.

Portanto, o STF não cumpriu sua missão de proteger a Constituição, mas, ao invés disso, avocou para si uma função que não lhe pertence: legislar. E isto sem qualquer consulta ao povo brasileiro. Basta passar os olhos nas cartas de leitores dos jornais para se dar conta de como o STF contundiu profundamente a população com sua inusitada e indevida decisão.

Fabiana Moraes - O Tea Party é inspiração para o grupo Trilha de Tiradentes. Como aquele movimento orienta, politicamente, também vocês?

Edson Carlos de Oliveira: Desconheço o mencionado grupo Trilha de Tiradentes. Sobre o Tea Party, só temos conhecimento dele pelos jornais. Trata-se de um movimento que surgiu nos EUA posterior ao início dos trabalhos no nosso blog. Não temos nenhuma relação com ele e muito menos nos orientamos por esse movimento.
Fonte:Entrevista para o Jornal do Commercio de Pernambuco

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