Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

30 de janeiro de 2011

O SECULARISMO ÁRABE FRACASSOU

"O Secularismo árabe fracassou" é o que afirma o advogado palestino Ghaith al-Omari, ex-assessor para assuntos externos da Autoridade Palestina. Em entrevista concedida à reporter Ana Claudia Fonseca, publicada na revista Veja edição 2202-ano 44 nro. 5 de 02/02/2011, página 64 e 65.

Reproduzo abaixo partes desta entrevista bastante esclarecedora do que está acontecendo no oriente, pricipalmente no Egito.

"O SECULARISMO ÁRABE FRACASSOU"

P. O secularinsmo fracassou no mundo árabe?

R. Sim. os movimentos seculares chegaram ao poder no mundo árabe nas décadas de 50 e 60 com uma ambiciosa agenda de reformas. Não cumpriram nada. A democracia é inexistente na maioria dos países árabes. A miséria é generalizada e a corruçao está disseminada. A estagnação social e cultural erodiu a legitimidade dos regimes seculares. Esses governos prometeram acabar com a ocupação israelense nos territórios palestinos. Também nisso fracassaram. Não têm, portanto, nada a oferecer, nem sucessos domésticos nem externos. Os fundamentalistas se aproveitam da frustração dos povos árabes com os donos do poder.

P. Onde o fracasso é mais visível?

R. Em todo o território do mundo árabe. Do Marrocos ao Egito, do Líbano a Jordânia.

P. De que maneira os fundamentalistas islâmicos exploram a questão palestina?

R. Eles se aproveitam do antiamericanismo latente no mundo árabe para denunciar a aliança de alguns regimes seculares, como da Tunísia, da Jordânia e do Egito, com o Ocidente, principalmente os Estados Unidos. Para provar que esta aliança não traz nada de bom à população, os fundamentalistas apontam para a incapacidade de resolver o conflito árabe-israelense por meio da diplomacía. Com isso, levam as pessoas a questionar a vallidade de uma aproximação com o Ocidente. A questão palestina é uma das desculpas favoritas para atacar o secularismo, a moderação e a tolerância.

P. As rebeliões populares na Tunísia e no Egito podem levar os radicais islâmicos ao poder?

R. Na tunísia, onde o governo de Habib Bourguiba(1957-1987) criou uma separação entre governo e religião, há um sentimento mais profundo de secularismo do que em outros países árabes. Mesmo lá, contudo, o movimento islâmico é forte. O Partido do Renascimento foi banido e seu lider, exilado, mas ainda ttem apoio da população. Não custa lembrar que todos os outros grupos de oposição no país são ainda mais fracos. O Islã, portanto, pode ascender ao poder, sim. No Egito, há a Irmandade Muçulmana, que continua influente apesar de reprimida pelo ditador Hosni Mubarak nos últimos anos.

Os protestos desta semana estão sendo explorados pela Irmandade. Se vão conseguir derrubar o governo egípcio, ainda é cedo para dizer. Mas essas rebeliões são um sinal claro de que s governos seculares devem fazer reformas democráticas urgentes se não quiserem que as pessoas busquem alternativas.

P. Quais seriam essas alternativas?

R. A única opção política no mundo árabe, atualmente, é o fundamentalismo islâmico. Não há outra oposição organizada, infelizmente. Ele atrai a simpatia popular com slogans simples e mágicos, como o de que o Islã é a solução para tudo. Os fundamentalistas pregam que o governo islâmico é o único modo de purificar a sociedade. A população acredita.

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