Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

10 de dezembro de 2010

A HERANÇA MALDITA DE LULA E DILMA

Publicado originalmente em 02/04/2010.


Repórteres que cobrem política e economia deveriam tirar cópia deste artigo de Márcio Aith, publicado hoje na Folha, lê-lo ao menos uma vez por dia e convertê-lo em reportagens. À diferença do que alardeiam o discurso e a propaganda oficiais, a infraestrutura brasileira está sucateada. Reportagem de capa da VEJA, por exemplo, demonstra o caos no setor aéreo por causa da falta de investimento em aeroportos. Ao texto de Aith.

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O açúcar do PAC

Dois países devolveram recentemente navios com açúcar importado do Brasil. Motivo: não era açúcar, mas areia. Uma quadrilha que agia nos portos nacionais fazia a troca do produto in natura antes do embarque, numa fraude de curiosa complexidade que, ao que tudo indica, funcionou por anos e lesou exportadores e importadores.

Investigado com discrição pelas autoridades, o crime eleva ao patamar do absurdo o caos logístico e a falência da infraestrutura brasileiros. Ele se soma à burocracia, à corrupção, à carga tributária, às estradas esburacadas e ao funil portuário na lista de obstáculos enfrentados pelo produtores nacionais.

Entre 2002 e 2009, o valor das vendas externas brasileiras aumentou de R$ 60 bilhões para R$ 152 bilhões. No mesmo período, a malha ferroviária brasileira manteve-se nos mesmos 30 mil quilômetros, o percentual de rodovias pavimentadas ficou em pouco mais de 10% e os custos de logística subiram.

Perdíamos, e continuamos perdendo, em quase todos os quesitos de eficiência logística para Índia, China, Rússia, Argentina e África do Sul, entre outros tantos.

Diante disso, questiona-se se os tais PACs, os dois programas de obras da ministra Dilma Rousseff, estão funcionando. Estão, mas não no que interessa ao país. Sua eficácia parece mais cênica. Ainda que não nos convençam, o barulho que se faz em torno deles, a artificialidade das apresentações oficiais e o ar concretado da ministra ao pronunciar “obras estruturantes” embaralham a percepção da realidade.

Não se fala mais de ferrovias e rodovias em frangalhos, mas de obras a serem criadas no futuro. O esforço nunca feito em infraestrutura deixou de ser passivo eleitoral para transformar-se numa “carteira de projetos para o sucessor”. Os problemas reais foram substituídos pelo mundo do powerpoint.

No universo de Dilma, cuja candidatura talvez seja a única obra visível dos dois PACs, areia sai pelo preço de açúcar.

Por Reinaldo Azevedo: A HERANÇA MALDITA DE LULA E DILMA

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