Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

27 de agosto de 2010

O FASCÍNIO DA ESTRELA

Trajetória e Contradições do Partido dos Trabalhadores.

Em livro jornalístico com o título "O fascinio da Estrela", lançado em 2001 pela editora Mercado Aberto, Antônio HohFeldt, jornalista e José Fortunati, sindicalista, fundadores do PT, relembram  suas trajetórias e seus ideiais ao ingressarem e conviverem no PT e refletem sobre os motivos que os forçaram a abandonar e estrela que os fascinou.

O PT, segundo os autores, utiliza o processo eleitoral de forma muito desqualificada, chamamando os candidatos de outros partido de adversários e praticando a mais brutal e possível desqualificação do oponente, inclusive lançando mão da mentira , calúnia e difamação, com difusão garantida graças ao acesso a jornalistas, a redações de jornais, rádios e canais de televisão.

O livro é a transcrição de gravações de diálogos entre os autores Antônio HohFeldt e José Fortunati, com a presença do jornalista Nildo Machado da Silva Júnior, e do editor Roque Jacoby.

Segue uma pequena amostra do que pode ser encontrado nas 208 páginas deste livro,  volto lá embaixo.

Página 79. a 82,

Fortunati - ... infelizmente muita gente do PT utiliza o processo eleitoral de forma muito desqualificada, de forma muito despolitizada, interna e externamente. Quando se é candidato de outra corrente diversa da de outro militante (correntes dentro do PT), a gente também acaba sofrendo essas consequências, a desqualificação. Essa desqualificação muitas vezes é política, mas às vezes é pessoal, é uma tentativa de criar-se constrangimento para quem apóia o candidato X ou Y. Essa desqualificação faz parte de um certo número de militantes petistas, não de todo o PT. Eu senti isso na pele durante vários embates que tive dentro do PT, com a mesma virulência, e a mesma intensidade, com o mesmo nível de despolitização que normalmente é usado para com os adversários externos. Ou seja, é o adversário da ocasião que acaba sendo vítima desse processo de desqualificação

Hohfeldt - Isso significa transformar o adversário em inimigo

Fortunati - Um exemplo concreto desta visão, que não é de todo o partido, mas de parte dele, que é uma visão maniqueísta, ocorre assim: se tu fazes parte do PT, és considerado um cara íntegro, um cara correto, um cara que tem visões importantes, tu pertences à terra dos anjos. Se tu não fazes parte do PT, tu já pertences à outra terra, à terra dos demônios, à terra dos que são populistas, são personalistas, estão com as mãos sujas de corrupção, e assim por diante. Esta visão maniqueísta existe. E ai acontece a grande contradição Se tu estás no PT e sais, como aconteceu contigo e comigo, todos os adjetivos que antes eram positivos, imediatamente mudam, mesmo que tu continues sendo o mesmo indivíduo. O simples fato de teres trocado de sigla partidária automaticamente faz com que tu acabes sendo incorporado ao outro campo. Em compensação, quem está fora e era considerado personalista, populista e etc., ao ingressar no PT, aparentemente passa por um  portal que o santifica. Ele é ungido por um óleo especial e ai passa a ser o mesmo anjo que os demais. É uma contradição fantástica que  felizmente não é de todo o PT, mas infelizmente é uma prática oficial, que nem sempre aparece de forma tão contundente publicamente, até porque a legislação acaba podando, acaba impedindo que isso aconteça. Mas no cotidiano, esta acaba sendo um técnica muito empregada, muito perigosa, muito preocupante, porque, grosso modo, é uma prática totalitária.

Hohfeldt - Isso vale também para o debate ao nível de idéias, de proposições.

Fortunati - é dai que surge - alguns dizem que foi a grande imprensa que inventou - foi a própria militância petista, de onde surgem os vetos a quem pensa diferente. Não foi a grande imprensa que me chamou "de direita". a militância me chama de light, mas quem me chamou "de direita" foram os petistas que tinham uma visão diferenciada de mim, ainda enquanto eu estava no PT. Quem chama os companheiros do PT mais à esquerda de Xiítas, não é a grande imprensa. Isso surge dentro do PT. Depois, a imprensa incorpora isso, pois muitos repórteres são petistas ou tem relação com o PT, e como participam dos encontros da vida partidária acabam assimilando os termos que o próprio PT usa e os aplica publicamente. Eles acabam sendo  então de domínio público. Infelizmente, esse tipo de prática faz parte da cultura petista.

(...) O que lamento é que esta tem sido uma prática corriqueira nas fileiras do PT. Uma militância pobre de idéias(alguns, volto a repetir), que não estuda mais, tem preguiça de ler, mas que, nas rodas de chopp, nos barzinhos da vida, são experts em difamar, caluniar e tripudiar os que não rezam ou marcham pela sua cartilha. Alguns chamam este processo de "cultura da calúnia".

***

Voltei. Este retrato do PT de 2001 só piorou. Em matéria  assinada por Ugo Braga, no Correio Braziliense,  em  abril/2008(leia mais..), lemos o seguinte:   
     O caso do dossiê (…) repetiu um tipo de comportamento que analistas ouvidos pelo Correio comparam ao da Rússia, tanto a contemporânea quanto a revolucionária de 1917: a utilização do aparato estatal para esmagar grupos ou pessoas que criam embaraços ao governo. O sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli vê características de “estado policial” na administração petista. O cientista político Paulo Kramer enxerga nela um viés autoritário.
(…)
Antes de xeretar e vazar as contas sigilosas de dona Ruth, a Casa Civil já era suspeita de outras operações com dossiês. A então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil, Denise Abreu, só aceitou se demitir do cargo em meio à crise aérea depois de receber um lote de documentos com informações desabonadoras sobre sua vida pregressa. Era uma chantagem clara e ela, mesmo revoltada, cedeu. O assunto está sob investigação.

Atualmente estamos assistindo a banalização desta prática autoritária e totalitária do petismo. Recentemente o ex-diretor e ex-assessor da presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Gerardo Xavier Santiago afirmou que o fundo funciona como "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo Lula e máquina de arrecadação para o PT.

"Dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo, na gestão do Sérgio Rosa", diz o ex-diretor em entrevista a revista Veja, aqui.

Santiago lista os oposicionistas que teriam sido investigados com base em dados sigilosos, cujo acesso teria sido ordenado por Rosa: o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), já morto, o governador José Serra (PSDB) e o então presidente do DEM Jorge Bornhausen.

Bom, já me estendi demais. Não faltam exemplos das práticas totalitárias dos petista ou petralhas, termo com o qual  Reinaldo Azevedo se refere aos petistas, segundo ele, resultado da junção dos termos  "petistas" com "irmãos metralhas" . Não custa citar alguns: caso Francenildo, Eduardo Jorge, José Serra, etc.. O triste é que em 2001, petistas assustados com a prática totalitária do partido, abandonaram o partido e escreveram um livro onde mostram a verdadeira face do PT. De lá para cá o PT seguiu sua vocação de sujar reputações e inviabilizar políticos de oposição (Antônio Brito, Yeda Crusius) sem ser incomodado. Para terminar afirmo: a Dilma é a cara do PT.

Só mais uma. Carlos Vereza, ex petista, faz uma crítica contundente sobre as práticas petistas, assista neste vídeo, aqui. e  leia a virulenta resposta dos petistas "Carlos Vereza. Um louco a serviço da direita Nefasta", "Mais jogo sujo - Carlos Vereza"

Agora sim. para terminar mesmo, não deixe de ler este artigo profético no blog do Carlos Vereza "Cristais Quebrados".

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