Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

12 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - DILMA , O PT E O "ARSENAL REVOLUCIONÁRIO" PARA TENTAR REVERTER A SANGRIA DE VOTOS

A partir do momento em que o PT  e a candidata Dilma começaram a ser questionados no que tange a suas bandeiras partidárias e convicções políticas, obra executada por: dezenas  de blogueiros; colunistas; sites independentes; bem como por jornais e revistas , destacando-se a revista VEJA, o império midiático pró-candidata oficial começou a desmoronar. O PT e a candidata Dilma acusaram o golpe dando uma guinada na sua estratégia eleitoral, correndo para o seu porto seguro que nada mais é do que o uso da mentira como método.

O primeiro debate do segundo turno, ocorrido dia 10/10/2010 na TV Bandeirantes, deixou claro que o PT lançou mão de todo seu "arsenal revolucionário", qual seja: desqualificar, caluniar, mentir e acusar o adversário de estar usando estes métodos. José Fortunati, com a autoridade de fundador e atual ex-petista, afirma que "O PT utiliza o processo eleitoral de forma muito desqualificada (leia mais aqui)". Deu certo até a eleição passada, agora, diante da abundância de informações e, principalmente da biografia inatacável de José Serra, pode ser o fim de um método de "não fazer política" .

Fiquem com o excelente artigo de Merval Pereira.


Deu em O Globo


Tática arriscada

Merval Pereira

O que mais chamou a atenção no primeiro debate do segundo turno foi a mudança de atitude da candidata Dilma Rousseff, que atuou como se estivesse atrás nas pesquisas eleitorais, como se estivesse perdendo a eleição. Foi de uma agressividade nunca vista antes nesta campanha, gastou toda a munição que tinha logo no primeiro debate, fez todas as acusações possíveis contra o PSDB.

Levou para o debate todas as denúncias que apareceram nos últimos anos: privatizações, comparações com o governo de Fernando Henrique Cardoso, acusou a campanha de Serra de estar se utilizando de métodos da baixa política para espalhar boatos a seu respeito através da internet.

Uma tática arriscada que pode não dar bom resultado junto à média do eleitorado, embora tenha passado uma imagem de decisão para sua militância interna e para o seu eleitorado, e pelas análises petistas essa nova atitude vai animar a campanha, levantando o ânimo de quem estava abalado — inclusive a própria Dilma — pela frustração de não ter conseguido faturar a eleição já no primeiro turno.

Foi claramente uma estratégia de marketing orquestrada por João Santana, com a intenção de cortar todos os boatos que estão atrapalhando sua campanha, culpar o adversário pelo que considera calúnias que estão sendo espalhadas pela rede de computadores, e sair como se estivesse defendendo a sua honra, como vítima de uma armação política do "baixo mundo", como classificou.

Para o candidato José Serra havia uma dificuldade adicional: ele não poderia ser agressivo, nem mesmo em resposta a uma acusação, pois enfrentava uma mulher.

O grande problema de Dilma Rousseff em relação à questão do aborto é que ela realmente se declarou a favor da descriminação em entrevistas, inclusive gravadas, cujos filmes estão no YouTube.

Ontem mesmo o arcebispo de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto, colocou no ar uma declaração de 15 minutos em que pede que os católicos não votem na candidata do PT.

O arcebispo acusa até mesmo o presidente Lula de ter tentado enganar os bispos reunidos na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), enviando uma carta de próprio punho na qual se comprometia a não apoiar qualquer medida a favor da descriminação do aborto e, meses depois, enviar ao Congresso um projeto nesse sentido.

Mesmo que pessoalmente a candidata Dilma Rousseff se declare agora contra o aborto e a favor da vida, restaria, além da sua própria incoerência, a posição oficial do PT, que até mesmo puniu em 2008 os deputados petistas Luiz Bassuma e Henrique Afonso, acusados de terem ferido a ética do partido, após se oporem à aprovação de um projeto de lei que legalizaria o aborto.

O episódio é lembrado pelo arcebispo na sua declaração no YouTube como demonstração de que o partido tem na descriminação do aborto um projeto prioritário.

Aliás, esse mal-estar já havia surgido na mais recente visita do Papa Bento XVI ao Brasil, quando o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, teve a infelicidade de defender um plebiscito sobre a descriminação do aborto justamente na véspera de sua chegada ao país.

Já na ocasião a oposição tomou para si a bandeira contrária e obrigou o presidente Lula a se manifestar formalmente sobre o tema.

Dizendo-se contra o aborto como cidadão e católico, mas como político admitindo discutir "uma questão de saúde pública", Lula tentava não ter que assumir posição num debate polêmico.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, do mesmo PMDB que Temporão, defendera o aborto dentro de uma discussão mais ampla sobre violência urbana. Na ocasião, a direção nacional do PMDB desautorizou a posição de dois de seus mais eminentes filiados.

Mas mesmo que o assunto mais palpitante da noite tenha sido o bate-boca em torno de temas como o aborto, o debate da Bandeirantes proporcionou bons momentos para que os dois candidatos abordassem temas que mais diretamente dizem respeito ao cotidiano dos eleitores: infraestrutura, educação, saúde.
(...)

Leia mais em: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/12/tatica-arriscada-331948.asp

Nenhum comentário: